À “BandNews”, ministro da Secom declara que não chamar o Hamas de “terrorista” permite ao Brasil atuar como mediador no conflito
O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta (PT), declarou nesta 6ª feira (13.out.2023) que os críticos da posição do governo federal em não chamar o grupo palestino Hamas de “terrorista” usam a guerra em Israel como uma “disputa política” encerrada “nas eleições de 2022”.
Em entrevista à BandNews, o ministro disse, ainda, que a posição neutra dá ao Brasil trânsito entre autoridades israelenses e palestinas.
“Não cabe a um país ou a um governo qualquer tipo de relação que não a institucional de país para país. Quem fala pela Autoridade Palestina é o presidente da palestina. Quem fala por Israel é o presidente de Israel. É assim que temos mantido o diálogo. A partir do momento que mergulharmos em questões internas de grupos A ou B que existem, perderíamos nosso papel de mediador responsável capaz de conduzir a um caminho de sessar fogo”, afirmou Pimenta.
Na 5ª feira (12.out.2023), o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota para explicar porque o Brasil não chama o Hamas de organização terrorista. O comunicado diz que o país segue determinações do Conselho de Segurança da ONU. O órgão internacional não inclui o grupo palestino na classificação.
Paulo Pimenta ainda celebrou a chegada dos primeiros voos ao país com brasileiros resgatados em Israel. Disse que também é prioridade do governo repatriar aqueles que se encontram na Faixa de Gaza. O tema foi tratado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em ligação na noite de 5ª feira (12.out) com o presidente de Israel, Isaac Herzog.
“Lula conversou com o presidente de Israel e reafirmou a posição do Brasil. Pediu ajuda para reforçar a proteção do corredor humanitário para retirar as famílias brasileiras [da Faixa de Gaza] e enfatizou muito uma preocupação de que não se permita que as crianças continuem sendo as vítimas daqueles que insistem na ‘insanidade desta guerra’“, disse o ministro da Secom.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, estava em negociação ao longo da semana com o governo do Egito para viabilizar a repatriação de brasileiros residentes na Faixa de Gaza. O país tem fronteira de 11 km com Israel, por meio da qual as pessoas poderiam ser resgatadas.
SAIBA MAIS SOBRE A GUERRA EM ISRAEL
- o Hamas atacou Israel em 7 de outubro e reivindicou a autoria da ação;
- Benjamin Netanyahu declarou guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo
- Israel respondeu com bombardeios Faixa de Gaza e um cerco à região;
- o Hamas ameaça matar reféns em retaliação à resposta militar israelense;
- o conflito já deixou 2.617 mortos (1.200 israelenses e 1.417 palestinos);
- EUA e países europeus pediram que outros países fiquem de fora da guerra;
- Irã disse não ter relação com os ataques;
- Lula chamou os ataques de “terrorismo”, mas relativizou episódio;
- o governo anunciou uma operação para repatriar brasileiros;
- 2 brasileiros morreram: Ranani Glazer e Bruna Valeanu;
- ANÁLISE – Conflito é entre Irã e Israel e potencial de escalada é incerto;
- OPINIÃO – Relação Hamas-Irã é obstáculo para a paz, escreve Claudio Lottenberg;
- ENTENDA – saiba o que é o Hamas e o histórico do conflito com Israel;
FONTE: https://www.poder360.com.br/governo/guerra-nao-pode-se-transformar-em-disputa-politica-diz-pimenta/