Com suporte do PT e cargos no governo federal, o MST avança contra o setor produtivo e acumula mais de 70 invasões de terras em 2023
O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, distribuiu uma mensagem de Natal na semana passada: disse que 2023 foi o pior ano para o seu grupo fora da lei em quatro décadas — apesar de Lula, ressaltou. Desde janeiro, foram registradas 72 invasões de propriedades, número maior do que o de todo o mandato de Jair Bolsonaro (62). Resta o temor: o que seria um ano bom para o MST?Para Stédile, anos bons são aqueles em que o PT repassa muito dinheiro para o movimento invadir mais terras privadas. Ou seja, mesmo com a entrega dos cofres das superintendências do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) nos Estados, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e de um ministério só para cuidar dos seus interesses — o do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar —, ainda é pouco. “Faltaram recursos, porque o orçamento era do governo passado, e de certa forma o Estado brasileiro, com o desmonte que houve nos seis anos de governos fascistas, impediu que agora a máquina voltasse para as necessidades dos trabalhadores”, disse ao jornal Folha de S.Paulo.Na entrevista, o próprio Stédile admitiu em uma das respostas que a titulação de terras e a regularização fundiária — que avançaram como nunca nas gestões Michel Temer e Bolsonaro — não são prioridade. A reforma agrária não se mede mais por hectares, diz: “Ela se mede por ideias, conquistas políticas e sociais”. O fato é que o MST quer dinheiro.
O suporte do governo ao movimento nunca foi tão claro. Em maio, logo depois da onda de terror do chamado Abril Vermelho, ministros e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, compareceram a uma feirinha de produtos do MST num parque em São Paulo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda estampou um cartaz como garoto-propaganda de fubá de milho. O evento teve a participação de jovens frequentadores de bairros como Vila Madalena e Jardins, que costumam desfilar seus bonés do MST em bares e festas.
Fonte: https://revistaoeste.com/revista/edicao-197/mst-o-terror-no-campo-voltou/