Foi definida a instituição gestora que vai organizar o processo de seleção de projetos voltados à conservação ecológica
programa Floresta Viva, de restauração ecológica dos biomas brasileiros, deu mais um passo rumo à proteção do meio ambiente. Foi definido, na terça-feira (19/04), que o parceiro gestor do programa será o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio). Lançado em novembro do ano passado, o Floresta Viva é considerado o maior matchfunding ambiental do país, que se trata de um modelo de financiamento coletivo.
O anúncio da instituição gestora do Floresta Viva foi feito pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.
A arrecadação será feita por meio do matchfunding, modelo de financiamento que junta recursos não reembolsáveis do BNDES com os de outras instituições apoiadoras em uma iniciativa voltada para a restauração ecológica de biomas brasileiros com foco na formação de corredores ecológicos e recuperação de bacias hidrográficas.
“É a iniciativa privada atuando na restauração florestal por meio do Floresta Viva. O BNDES está colocando políticas públicas do Governo Federal no chão por meio do setor privado. É uma iniciativa importantíssima, a restauração florestal é super importante para o Brasil”, disse Joaquim Leite.
A meta de investimento do Floresta Viva era de R$ 500 milhões ao longo de sete anos, com até 50% de recursos do BNDES. Até março de 2022, os protocolos de intenção assinados pelas instituições com interesse em doar já ultrapassaram em R$ 100 milhões a meta inicial e agora já totalizam R$ 600 milhões.
O Presidente do BNDES, Gustavo Montezano, também destacou a importância das parcerias. “Dez empresas se juntaram por meio do Floresta Viva para aprender, inovar e desenvolver o mercado de crédito de carbono florestal aqui no nosso país. Esses parceiros, por meio do Funbio, vão desenvolver tecnologias que vão gerar emprego verde. Esse é um mercado novo, inovador, cuja política pública é do Ministério do Meio Ambiente e o BNDES está articulando a parceria com o setor privado”, disse.
O parceiro gestor Funbio será responsável por organizar o processo de seleção pública dos projetos a serem apoiados, além de receber os recursos do BNDES e das instituições apoiadoras, repassá-los, acompanhar a aplicação e monitorar os resultados. A primeira chamada de projetos está prevista para o segundo semestre deste ano, de acordo com o BNDES.
Com o programa, o banco espera alcançar entre 16 mil e 33 mil hectares de área restaurada, com a remoção de aproximadamente 9 milhões de toneladas de carbono da atmosfera, considerando um ciclo de 25 anos de crescimento da floresta.
As florestas brasileiras desempenham importantes funções sociais, econômicas e ambientais, por meio da oferta de uma variedade de bens e serviços, por isso manter a floresta em pé é tão importante para o Governo Federal.
Floresta Viva
A iniciativa vai executar projetos selecionados para conservação ecológica e aumento da cobertura vegetal, restauração de bacias hidrográficas com espécies nativas de biomas, além do fortalecimento da estrutura técnica e de gestão da cadeia produtiva do setor de restauração ecológica. A redução de processos erosivos, o desenvolvimento da paisagem e a melhoria do microclima são outros dos objetivos deste programa. Os projetos e investimentos devem ser sustentáveis pelos beneficiários finais do apoio, considerando os aspectos financeiros, sociais, ambientais, institucionais e de governança pertinentes.
Experiência na gestão ambiental
O Funbio é um mecanismo financeiro privado, sem fins lucrativos, que há mais de 25 anos apoia projetos de conservação da biodiversidade no país. Desde o início de suas atividades, em 1995, já administrou mais de US$ 800 milhões e apoiou cerca de 366 projetos, beneficiando mais de 290 instituições e 430 áreas legalmente protegidas que, juntas, somam mais de 177 milhões de hectares.