A operação da Polícia Federal contra Bolsonaro e vários de seus assessores demonstra bem que o sistema podre e carcomido perdeu qualquer pudor
O Brasil tem democracia só no nome. Na prática, já está sob um regime totalitário, que persegue adversários políticos, que controla a Polícia Federal e que não se intimida nem mesmo com as Forças Armadas. O país caminha a passos largos para se tornar um narcoestado, com a bandidolatria comandando tudo. Traficantes são soltos pela Justiça, enquanto gente honesta sem qualquer crime cometido é presa com base em espuma, narrativas falsas, sem qualquer embasamento. É ditadura que chama.
A operação da Polícia Federal nesta quinta contra Bolsonaro e vários de seus assessores próximos, além de militares, demonstra bem que o sistema podre e carcomido perdeu qualquer pudor. Não se importa mais com a popularidade do ex-presidente, pois já se deu conta de que ele não quer ou sabe usá-la para nada fora das “quatro linhas” — e dentro delas não há mais o que ser feito para impedir o avanço da tirania. Lula quer vingança, quer a pecha de “presidiário” colocada também em seu maior adversário. Como foi possível o Brasil chegar a este ponto?
Aqui há espaço para muita discussão e boas divergências. Alguns consideram o ponto de inflexão a decisão do STF de barrar Ramagem, indicado por Bolsonaro, para comandar a Polícia Federal. Era sua prerrogativa constitucional, mas os ministros supremos estavam rasgando a Constituição já havia algum tempo. Outros apontam para a fatídica cartinha do ex-presidente a Alexandre de Moraes, intermediada por Temer, depois de subir o tom numa manifestação e chamá-lo de “canalha”. A cartinha demonstrou fraqueza, e tiranos nunca se sensibilizam com isso — ao contrário, são como tubarões diante do cheiro de sangue.
Fato é que tudo isso são favas contadas, leite derramado, e o importante é que hoje não temos mais sequer resquício de uma democracia. Os inimigos de Bolsonaro — e eles se enxergam assim — colocaram uma meta, que é a destruição do bolsonarismo, da própria direita na política, e não vão descansar enquanto isso não acontecer. Missão dada, missão cumprida. Como Olavo de Carvalho já dizia, ou prendemos os comunistas pelos crimes que eles cometeram, ou eles nos prendem por crimes inventados. Foi assim em todo regime comunista.
E o Brasil já é basicamente uma República Soviética. A Polícia Federal possui uma ala claramente subserviente aos caprichos de Lula e Alexandre de Moraes, tornando-se uma espécie de Gestapo ou Stasi, uma polícia política que age por puro arbítrio. As Forças Armadas soltam notinhas de indignação, mas Dirceu e companhia já tomam como certa sua inoperância, tendo seduzido uma alta cúpula covarde e acomodada. O povo, desarmado, não tem condições de partir para uma revolução, além da prisão ilegal de centenas de manifestantes, condenados a anos de cadeia, ter mandado um recado bem intimidatório.
Os comunistas estão nadando de braçada. Não se importam com a opinião pública, pois controlam a opinião publicada por uma velha imprensa corrompida. Temem parcialmente as redes sociais, mas já avisaram que vem censura aí, aprove ou não o Congresso. E este, que poderia ser o obstáculo ao avanço comunista, torna-se cada vez mais irrelevante. O presidente da Câmara ainda tenta demonstrar força e independência, apenas de olho em verbas e poder, mas Lula sabe que essa turma não vai reagir por princípios ou apreço pelas liberdades. No passado houve o mensalão, e hoje o consórcio, envolvendo o Poder Executivo, o STF e a mídia, pode basicamente descartar um Parlamento reduzido a nada pela covardia ou cumplicidade do senador Rodrigo Pacheco.
A única esperança que alguns nutrem vem da reedição do impeachment de Dilma. Apostam na deterioração acelerada da economia antes de dar tempo de os comunistas aparelharem tudo de vez. Nesse caso, um “malvado favorito” como Eduardo Cunha pode surgir em cena novamente, e o “centrão” fisiológico, temendo a morte da sua galinha dos ovos de ouro, puxaria o tapete vermelho da turma do Dirceu. Não tenho dúvidas de que parte da elite podre que fez o “L” conta com essa possibilidade acredita ser mais esperta do que a raposa, ter mais poder do que a quadrilha petista. O tempo dirá se é verdade.
Enquanto isso, agindo em conluio, petistas e tucanos fazem o diabo para prender conservadores e neutralizar a ameaça bolsonarista, matar o sonho de todo brasileiro honesto e decente de ter, finalmente, um governo preocupado com o povo, e não com os donos do poder. A cada dia que passa eles comemoram mais uma vitória, um “grande dia”, enquanto o brasileiro trabalhador é humilhado por um Estado criminoso. Vemos reações inteligentes, indignadas ou irônicas, nas redes sociais, que ainda respiram ares relativamente livres — ainda que muitos de nós estejamos sob censura já. Mas os comunistas sabem que isso não é suficiente para reverter o jogo.
Alguns congressistas gritam, dando voz ao povo intimidado, mas isso tampouco é capaz de causar estragos sérios no esquema comunista. Se Bolsonaro, com toda a sua popularidade, nada pode contra essa gente, não serão Marcel van Hattem ou Eduardo Girão que vão conseguir, com belos discursos, danificar a estrutura de poder dos verdadeiros golpistas. Quando Bolsonaro finalmente for preso — e podem apostar que será — a porteira estará aberta, escancarada. E toda a boiada vai poder passar. Ou seja, nossa República Soviética do Brasil vai finalmente chegar ao estágio final, nosso país será como a Venezuela que inspira o PT, e todo opositor que realmente ofereça ameaça aos donos do poder será perseguido e preso, se não se calar.
Parabéns aos envolvidos. É triste, mas é verdadeiro. Nossos alertas não eram paranoia ou teoria da conspiração. Nunca o abuso de poder impune fica restrito aos primeiros alvos. Quem estudou história já sabia disso. Quem ainda está achando graça porque odeia o bolsonarismo vai descobrir do jeito mais duro, em breve. Salve-se quem puder!
Revista Oeste: Rodrigo Constantino
Fonte: https://revistaoeste.com/revista/edicao-203/republica-sovietica-do-brasil/