AS RIQUEZAS CULTURAIS DO BRASIL QUE O MUNDO PRECISA CONHECER
A cultura recebe massivos investimentos da área pública, não apenas de recursos humanos, mas principalmente para a manutenção de equipamentos culturais, organizações e apoio a festas populares e eventos, além da gestão e proteção do patrimônio cultural. Mensurar os investimentos de todos os níveis de governo nestas áreas de maneira equalizada é um desafio no caso de um país continental como o Brasil. Uma das referências utilizadas para esta tarefa foi o estudo realizado pela cidade de Londres e atualizado anualmente através do World Cities Culture Forum. Reunindo dados de 21 cidades que apresentam características de grande vitalidade cultural em todo o mundo, o estudo utiliza indicadores propostos pela Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco)6 e pela OCDE.7 São levados em consideração a produção dessas cidades e sua infraestrutura cultural, dados de consumo e participação do público e elementos que permitem mensurar a cultura informal. Este último aspecto é extremamente relevante para a economia dos setores culturais, não obstante as dificuldades de obtenção de dados estatísticos.
De acordo com o Plano Nacional de Cultura, proposto pelo Ministério de Cultura (Minc) em 2012, a cultura pode ser compreendida em três perspectivas: a simbólica, que se expressa através das práticas culturais; a cidadã (que entende a cultura como um direito básico e de amplo) e a econômica, que tem a cultura como potencial de emprego e geração de lucro no âmbito das cadeias produtivas da economia criativa. Para analisar esta última, a FGV Projetos se baseou nas abordagens da OECD, da Unesco e do trabalho desenvolvido pelo UK Department for Culture, Media & Sport, World Cities Culture Report. Assim, foram definidas cinco áreas de atividades, consideradas a partir de sua importância econômica para as três dimensões de análise.